quinta-feira, 29 de março de 2012

Temperos de THE WALL com BIS²

Neste último domingo nossos olhos viajaram para o ano de 1980, talvez 81. Porto Alegre, não tem dimensão do que se passou neste dia 25 de março de 2012. Acredito que só com o passar dos anos, vamos conseguir relatar as próximas gerações a grandiosidade desta ópera-rock ao ar livre.

Mesmo para o público amante do rock como nós, ficou difícil definir se estávamos vendo um show do Roger Waters ou do Pink Floyd, explico. Foi o primeiro show ao longo dos meus 33 anos, que pouco importava se a banda estava completa ou não, a sincronia entre o muro e a projeção das luzes, nem o melhor LSD do mundo me daria este prazer, completados pela sonoridade da banda perfeita e precisa, diria que foi fria tecnicamente como os martelos do Waters, ou seja, militarmente planejado cada segundo por seu General.


O show teve vários pontos altos durante a noite, para mim o show foi um “soco na nuca” durante todas as músicas, mas pessoalmente destacaria as músicas: “In The Flesh” que abriu o show com uma grande pirotecnia de fogos, aviões e nossos gritos, Another Brick in the Wall part. II, foi uma lição de que podemos realizar boas ações como a banda fez, chamando uma ONG de Canoas – RS, emoção total na platéia com as crianças ecoando em nossos tímpanos o refrão.
“Mother” é uma música especial, simboliza o hino ou diálogo entre Mãe e Filhos, pra mim é a versão feminina de Wish You Were Here, já que a primeira foi feita para um homem chamado Syd.
“Hey You” foi simbólica, pois retomou a segunda parte do show com o muro já construído, passou pra gente exatamente o que Waters como um arquiteto da música progressista previa: uma barreira mental e física entre a platéia. Gerou na hora uma apreensão entre estes dois mundos criados. Uma sensação fantástica.
“Confortambly Numb”, dispensa comentários, o duelo nas alturas do Sr. Roger e talvez da guitarra do Sr. Gimour, minha preferida.
A queda do muro representou a todos uma tristeza e alegria muito grande, pois sabíamos que era o fim de um sonho, de ver The Wall ao vivo, começamos lá em minha casa nos meados de dezembro de 2010, com quatro amigos e terminamos num estádio lotado com 50.000 pessoas, esta foi a equação final para a construção do muro.
Só o “arquiteto mor da música progressista” para terminar um espetáculo desta grandiosidade e dividir nossos sentimentos, não sabíamos se ríamos ou chorávamos de alegria, após seu último acorde, ou bloco despedaçado.

O único espetáculo de rock que vocês não vão ouvir a expressão BIS² novamente, explico:
1º BIS – não existe possibilidade de um BIS neste show e realmente ninguém ousou pedir.
2º BIS – Dificilmente algum de nós, vai rever este show novamente ao vivo.

Abbraccio
By Toniolo.

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