quarta-feira, 27 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Temperos Italianos

O encontro de agosto de 2011 foi novamente italiano. Eu que escolhi. Puramente italiano (sim, de novo, mas vamos fazer o que... as raízes não se soltam tão fácil, ainda mais quando vamos ficando mais velhos e saudosistas, mesmo sem saber direito o que...). Pois bem, encontro agendado, vamos nessa.

A expectativa era interessante. As fotos da casa remetiam a uma casa italiana, tipicamente italiana, em meio a um monte de prédios chiques e elegantes. A casa é o contraste do bairro: simples, velha e com pintura desgastada. Era o que esperávamos e ficamos fascinados pelo local. Como ainda não conhecíamos este lugar antes ? Era o que nos perguntávamos, inconscientemente...



Antes, Curtis e eu curtimos (com o perdão do trocadilho) um Cazuza em homenagem a morte do artista; até pegarmos o Bambino, um pouco antes do meio dia. Ao som do maluco-carioca-bêbado-artista-único, rumamos até o restaurante.

Antes ainda, fui pegar o Curtis em seu escritório. Não esperei no carro e parei do outro lado da rua. Com um sobretudo sobre os ombros, apenas... me lembrei de Michael cuidado de seu pai, Don Corleone, no hospital... em God Father I.

O segurança da empresa ficou me olhando atravessado. "Que italiano de merda é esse parado na rua ?", deve ter pensado... mas me superei e mantive firme. Curtis estava como o Pacino em God Father II. Impagável. Terno riscado. Colete. Gravata grossa e verde, a frente de uma elegante camisa branca. Sobretudo. Gel impecável. Um italino puro. Como tem que ser.

Finalmente, chegamos. A entrada assusta e comove. A escada, então, dá a primeira impressão de que escolhemos o lugar certo. Mira...:



A subida da escada foi devagar. Tomei a frente, Curtis no meio, Bambino no fundo. O garçom parece ter tremido ao entrarmos... não tinha ninguém ainda no salão, e demorou para chegar. Até pensei: "será que garçom é um capanga de famílias inimigas.. e já avisou a turma que chegamos... ??"

Mas também, pela face do Curtis, até eu estava meio assustado... quem duvidaria de uma metralhadora italiana por baixo daquele sobretudo ?

Sentamos numa mesa ao fundo, com o Curtis gritando que queira "sentar na janela". A visão era de árvores secas, típicas de inverno. O cardápio foi: 1,5kg de frango prensado (segundo o garço, o carro chefe da casa), 1 prato de massa italiana ao sugo e 1/2 massa alho e óleo (com o Curtis reclamando...). De entrada, o Bambino pediu polenta frita e tomates iatlianos regados a órégano, oliva e alho. Todos pratos sensacionais. Destaque para a massa alho e óleo. Não sobrou nada para contar; todos os pratos foram mortos e enterrados.

Chegaram outras famílias, outros capangas e algumas raparigas. Bebemos vinho tinto, Curtis e Eu; enquanto que o Bambino ficou na book. Foi, certamente, o encontro mais tranquilo de nossa confraria. Falamos de frivolidades de forma mais calma. Era uma sexta-feira mais calma, talvez. Menos intensa; sinal de que a vida pode ser menos intensa também, pelo menos em alguns momentos. O Bambino larga: "passei 2h de minha vida sem pensar em trabalho"... essa foi uma frase importante.

De sobremesa, eu apenas, doce de ovos e café. Tudo muito bom. Ficamos ainda mais um pouco curtindo aquele lugar. Bambino preparou CD´s, Iron Butterfly, uma excelente banda antiga e virtuosa que o Bambino catou em algum lugar. Excelente. Está tocando no set do meu carro, por enquanto.

Saímos bem, satisfeitos com a comida, bebida e serviço, talvez com o preço também. De certa forma, justo, acho. Ainda restavam alguns segundos para as fotos finais, estas reservadas apenas aos confrades. Enfim, valeu tudo. Esperamos agora por agosto, para incluir 2h a mais nesta vida maluca de tempos vivos e tempos mortos. Estas 2h foram inclusas na categoria "tempos vivos", certamente.

Fotos cretinas no final... Pacino (como Pacino); Luca Brasi e Tom Hagem...




Mas ainda antes de sair (estou parecendo o Tarantino com este texto que vai e vem), combinamos o final de semana e um encontro de confraria com as privilegiadas, em minha casa. Curtis queria alguma surpresa; Renato queira um Fondue de Chocolate. No final, deu tudo certo. Com bruschetas. Mas isso é papo para outro dia.

By Alberton

Afinal o líquido consumido é vendido como Cerveja ou Ouro ?

Cerveja no Brasil !

     Comparei o preço de uma marca global (a Heineken) em metrópoles de nove países. Depois, levantei também o valor de cervejas nacionais nas mesmas cidades. Em ambos os casos, a lata da cerveja em São Paulo é a segunda mais cara da lista.
A lata de Heineken era vendida a R$ 2,13 pelo site do supermercado Pão de Açúcar em São Paulo na última segunda-feira, 4. Em Nova York, o produto custava R$ 1,95; em Paris, R$ 1,90. Como o preço da cerveja varia de um supermercado para o outro, é possível que em outras lojas se encontrem cervejas em São Paulo mais baratas do que em Nova York.
No entanto, quando se compara com o preço visto em outros países latino-americanos, nota-se que o valor praticado no Brasil está, mesmo, em outro patamar. Em Santiago (Chile), a mesma cerveja sai por R$ 1,47; no México, R$ 1,57.

Veja abaixo os levantamentos.

Cervejas nacionais

CidadeMarca / supermercadoPreço R$
LondresTiger long neck 330 ml – Tesco2,22
São PauloSkol lata 350 ml – Pão de Açúcar1,66
Nova YorkMiller lata 354 ml – D’Agostino1,59
Buenos AiresQuilmes lata 330 ml – Coto 1,43
ParisKronenbourg lata 330 ml – Carrefour1,28
MadriEstrella lata 330 ml – Carrefour1,21
RomaMoretti long neck 330 ml – Conad1,19
SantiagoCristal lata 330 ml – Lider1,15
Cidade do MéxicoSol lata 340 ml – Superama1,06

.
Mesma marca

CidadeMarca / supermercadoPreço R$
LondresHeineken lata 330 ml – Tesco          2,30

São Paulo

Heineken lata 350 ml – Pão de Açúcar
          2,13

Nova York

Heineken lata 355 ml – D’Agostino
          1,95

Paris

Heineken lata 330 ml – Carrefour
          1,90

Buenos Aires

Heineken lata 354 ml – Coto
          1,87

Cidade do México

Heineken lata 355 ml – Alsuper
          1,57

Madri

Heineken lata 330 ml – Mercadona
          1,56

Roma

Heineken lata 330 ml – Auchan
          1,50

Santiago

Heineken lata 330 ml – Lider
          1,47


***

By Toniolo  

Temperos Psicológicos !

PRÁ RELAXAR…

DEZ DICAS IMPORTANTES SOBRE A CERVEJA

1. A CERVEJA MATA?
Sim. Sobretudo se a pessoa for atingida por uma caixa de cerveja com garrafas cheias. Anos atrás, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por uma caixa de cerveja que caiu de um caminhão levando-o a morte instantânea. Além disso, casos de infarto do miocárdio em idosos teriam sido associados às propagandas de cervejas com modelos boazudas.
2. O USO CONTÍNUO DO ÁLCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS?
Não. O álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas.
3. CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?
Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem uísque.
4. MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?
Sim. Está provado que nas blitz a polícia nunca pede o teste do bafômetro pras gestantes. E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha reta, sempre podem atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.
5. CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?
Não. Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada uma caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos, os reflexos foram alterados.
6. A BEBIDA ENVELHECE?
Sim. A bebida envelhece muito rápido. Para se ter uma idéia, se você deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.
7. A CERVEJA ATRAPALHA NO RENDIMENTO ESCOLAR?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão aumentando suas rendas com a venda de cerveja nas cantinas e bares na esquina.
8. O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?
Inúmeras pesquisas vinham sendo feitas por laboratórios de renome e todas indicam, em primeiríssimo lugar, o garçom.
9. CERVEJA ENGORDA?
Não. Quem engorda é você.
10. A CERVEJA CAUSA DIMINUIÇÃO DA MEMÓRIA?
Que eu me lembre, não!

By Toniolo

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Temperos Mais Cretinos Ainda

Sem comentários. Sensacional. Ou não.



By Alberton

Frases que antecedem o final de semana...

... após um almoço com grandes amigos, e que sempre retornam aos meus pensamentos.

"Não procure compreender a relação humana, mas vivê-la intensamente".

"Precisando de analista? Consulte seu par. Ele provavelmente terá melhores e maiores conselhos para te dar".

By Roehrs.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Temperos Paralâmicos

Sem maiores comentários para essas fotos. Que noite, no longínquo ano de 2006.

Inesquecível ao lado de meu amigo Bambino.

E de um outro amigo que me serviu uma cerveja em seu camarim.




By Alberton

Temperos Uruguaios

Pois bem, neste frio, comer é quase uma necessidade. Suportar estas noites frias com uma boa comida para esquentar. E o melhor: aproximar pessoas. Temos que agradecer a Deus por conseguirmos usufruir destes momentos.

Fazia tempo que eu queira fazer uma "janela" lá em casa. Minha churrasqueira é pequena (é em casa, mas parece de apartamento) e sempre tive receio se caberia uma destas lá dentro. Pois bem, por que não tentar ?

Convidei mei sogro e meu cunhado para um churras lá em casa. Fui no Bourbon e peguei os apetrechos comuns: fui no balcão de carnes à vácuo e escolhi um vazio, uma costela, um porco... etc, etc, etc... o trivial e o básico de sempre. Mas como queria uma costela melhor, fui também no açougue. Um tiozinho levou 15 minutos para escolher um pedaço de costela, mas foi exatamente aí que estava minha sorte...

Minha sorte foi que o açougueiro trouxe uma janela nova para cortar uma costela pro tiozinho, que levou 2 pedaços bonitos... Pensei: por que não levar o que sobrou, inteiro mesmo ?? Pedi para o açougueiro pesar o que sobrou.. e deu 3,4Kg. Perfeito. Mandei embalar e devolvi todo o resto para o balcão. Sem salsichão, sem porco. Seria só uma costela mesmo. E que costela.

Tinha 5kg de carvão Ivoti em casa. Será que iria dar. Iria. Pus fogo as 18h, bem baixinho. E só fui repondo bem devagarm quando estava quase morrendo... mas nunca sem deixar calor na churrasqueira. Servi as 21:45h. Osso para baixo, sempre. Muito sal grosso em cima, junto com temperos uruguaios. Sobrou nem 200 gramas de carne. Em 6 pessoas.

O resto deixo a imaginação e as imagens falarem por si.

O "monstro" recém colocado no fogo, ainda cru.



O "monstro" tomando cor...


O fogo baixo vai fazendo sua parte no "monstro"...



Depois de 3:45h de fogo baixo, a vitória final. O "monstro" estava pronto.


De acompnhamento, vinho tinto chileno. Carmenere nas 2 primeiras garrafas. Depois, argentino. Cabernet para finalizar. Tudo excelente. Fica o comentário de meu cunhado: "não consigo parar de comer"...

O desafio é fazer um "monstro" para meus amigos consiglieres de confraria. E esse dia vai chegar.

By Alberton

Temperos Exagerados !

     Existem pessoas acima da média, que passam por nossas vidas e, através de manifestações artísticas, sejam elas, literárias, musicais ou teatrais causam transtornos irreversíveis em nossas cabeças.
     O Cazuza foi um deles, dentro do Barão Vermelho, ajudou a transformar o BR Rock, pra mudar isso teve que dar a cara tapa, sentir a vida, prová-la, sair do armário.
      Para alguns que não lembram, foi o primeiro vocalista de ponta do Br Rock, no auge da carreira a buscar uma fase solo.
       Vão existir comparações eternas entre Cazuza e Frejat ou Frejat e Cazuza. É impossível compará-los, cada um tem um estilo e, vem de uma escola diferente.
         Tenho minha opinião como fã formada, muito pessoal, que vou abrí-las neste blog.
         Como vocalista,  presença de palco e irreverênica, Cazuza.
         Como guitarrista, líder de banda, Frejat.
         Cazuza teve formação do teatro, ajudou muito ele, ter presença de palco.
         Frejat é um guitarrista nato, quando Cazuza saiu, antes de todos testarem os vocais da banda, tentaram o irmão do Frejat nos vocais, não rolou a famosa química, acredito até, que seria impossível substituir o Cazuza com outro cara de fora.
          No quesito compositor, os dois inciaram juntos, mas fico com o Cazuza, o Frejat apreendeu muito com a saída do Cazuza, mas é só pegar os discos solos do Cazuza e notar quem fez mas sucesso após a sua saída.
          Fico imaginando um acústico do Cazuza hoje ou uma revival do Barão com ele, seria uma cena dionísica, mas os Deuses do Rock não quiseram assim.

          Meu amigo Cazuza, descanse em paz e, continue inspirando os apaixonados pela vida como eu.

                "Não divido nada, muito menos o palco"
    





  "Mentiras sinceras, me interessam..."















                                                "Ser marginal foi uma decisão poética"





Algumas frases clássicas de Cazuza :


"Nada nesse mundo é nunca mais"


"Os idiotas são mais felizes.Eles não sabem que vão morrer"

"Não aconselharia nem um cachorro a me seguir na rua"


"Ser marginal foi uma decisão poética"

"Beijo é o "fósforo aceso na palha seca do amor"

By Toniolo




 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Temperos de Portas Abertas

Para comemorar os 40 anos da, talvez, morte de Jim Morrison (nem todos acreditam; eu prefiro a arte do que a realidade), publico uma resenha que eu fiz do show de parte da banda, que tocou em POA no longínquo mês de abril de 2008.

Dizem que Jim Morrison morreu, mas tenho certeza que ele permanece vivo em cada gole de Johnny Walker que eu tomo. Pegue um copo e tenha boas lembranças.

By Alberton

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Relato Show The Doors em Porto Alegre, 2008.
12.04.2008

Uma mistura de ansiedade e loucura. Este era o ritmo de uma tarde chuvosa neste último sábado. Seria uma provocação dos Riders on the Storm ? Afinal, as leves gotas cintilantes de água que caiam do céu cinza de uma Porto Alegre do ano de 2008 pareciam moldar o ambiente de forma perfeita, embora com uma cara bem diferente de uma Los Angeles do ano de 1967. Mas este era o cenário: o show vai começar.

O local nada mais é do que um pavilhão fabril reformado. E bonito. Entradas grandes, muitos banheiros disponíveis, tudo muito escuro, meia-luz, com grandes bares na lateral direita e nos fundos. Para mim, tudo novidade. Falaram-me de longas filas nos bares, não vi este problema. Tudo correu muito naturalmente. Ainda na rua, uma multidão de jovens e velhos se mistura. Um profundo gole de black label começa a embalar os sentimentos perceptivos.


O palco era tão somente preto. Sem fundo e sem cores. Totalmente preto. O teclado posto de lado já mostrava indícios que Manzarek iria comandar a festa e o palco. Mas também queria se deixar livre para o público lhe observar. A luz forte vinda de cima do palco, reluzindo com o contraste branco-preto das teclas do instrumento, sinalizava que jogo de luzes poderia ser algo diferente. E foi. O jogo de luzes foi fundamental durante todo o show.

A bateria era composta de detalhes mais atuais, com muitos pratos. Pareceu-me a única coisa “diferente” de antes. Bem alta, acima do nível da banda, fugia um pouco do estilo sessentista de tocar o instrumento, onde era apenas uma caixa, um tom, um prato de ataque e uma condução. Mas tudo bem, as demais partes da bateria sempre são bem vindas, pelo menos para mim.

De resto, preto. E luzes, muitas. São 22h em ponto e Carima Burana anuncia o real começo da festa. O som era alto e estridente. Carmina Burana chama a atenção de qualquer um. Quem ainda não havia entrado teve que correr para não perder o início. Estamos no meio do pavilhão, mais à direita, perto do bar. Muita gente. Lotado, mas tranqüilo. Estava como tinha que estar. A empolgação de todos era visível: metade loucura, metade consternação.

Vou contar o que me lembro. Confesso que não há como decorar todo o set diante de um cenário desses. O show abre com Love Two Times, bem rock, segue com Break on Through (com introdução de samba e Dead Cats, Dead Rats) e continua com Strange Days. Neste momento, eu já tinha a certeza de que seria um show com uma interação muito forte. Todos cantavam e pulavam intensamente.


O virtuose começa com When The Music´s Over, solos e solos, improvisos alucinantes da guitarra de Krieger. Este parecia um pouco tímido, mais retraído, concentrado, bem diferente do Ray, que comandava a festa, o público e o vocalista. Era o homem que cuidava de tudo em cima do palco. Waiting for the Sun foi uma surpresa inesperada do set. Coro para “waiting... waiting... waiting...” Sensacional.

Passada a euforia inicial, vem The Soft Parade. Outra supresa, porém esperada, no set divulgado anteriormente ao show. Peace Frog e Blue Sunday continuam a levada do show. Estes lados B sempre são bem vindos em qualquer show. Blue Sunday, de alguma forma, ajudou a substituir a falta que The End fez. Mas sem maiores comparações. Alabama Song fecha esta parte mais light da noite memorável.

Escutar Gloria é uma epopéia, com direito a coro do público no refrão. Uma das músicas prediletas de Jim, com certeza. É o cover da noite. Tudo continua com Spanish Caravan, que é sem dúvida uma música estranha. É ela com quem os The Doors emendam o show, com abertura de um Krieger sozinho no palco, dedilhando um violão em “formato espanhol”. Ray se junta à ele depois para cantar No me moleste Mosquito, antes de iniciar a marcha espanhola. Espetáculo.


O fim do show começa a se anunciar. Aos gritos de Sex Machine, Touch Me entra de sola na cabeça de todos. Euforia coletiva. O início da música, com parada da banda, é cantado por todos os presentes. E não presentes. A música corre na velocidade da platéia, muito mais rápida que o original. Ainda havia tempo para L.A. Woman, minha preferida, que entra rasgando depois de um improviso muito distorcido. Os The Doors invocam Mr. Mojo Risen e a música sai perfeita, com solos dissonantes.

Pelo que me lembro, o show acabou aqui. Claro, bis, sempre. Primeiro veio Riders, que achei que não iriam tocar. Mas os trovões ecoando por todo o pavilhão davam os sinais de que esta não iria passar. O segundo bis é com Light My Fire. Ray chuta o banco, bota o pé em cima do teclado. Um show de vitalidade. Nesta hora todo mundo já estava extasiado e satisfeito. Cada bis, durou, pelos menos, uns 15 minutos. Era muito solo e improviso. Um transe geral.


A banda toda se comportou muito bem. Senti o Krieger um pouco pra baixo, mas deve ter sido impressão. Em alguns momentos ele se soltou mais. Talvez estivesse irritado com o som, que realmente não é bom. Ray era seu oposto: uma alegria só por estar em cima do palco. Comandou a tropa em todo o momento, fazia backings, iniciava as músicas, levantava os braços, conversava com o público. De tudo um pouco.

O vocalista foi um show a parte. Eu tinha receio de como ele iria se comportar, mas a atmosfera conspirou a favor. Além disso, é competente. Ele aparece, pula e canta bem. Sim, ele imita o Jim, mas do seu jeito. Foi tudo bem. Ele se destaca, mas também sabe se colocar no palco de modo que não ultrapasse os limites necessários de Ray e Krieger. Em todas às vezes de solos e improvisos, se posicionava ao lado da bateria com sua meia lua, fazendo parceria com o baterista. Assim ficou bem. Nas horas de voz, movimenta-se com boa freqüência, interagindo bem com todos. Os demais músicos são bem competentes, uma boa cozinha de baixo e bateria. Suportaram bem os agudos de Krieger.


De ressalva, não tocaram Roadhouse Blues, nem The End, ambas reclamadas por muitos na saída do show. Mas vamos fazer diferente: quem sabe lembrar do que tocaram. As cadeiras cheias são mais importantes do que as vazias. Se enumerássemos todas que faltaram, já daria um outro show. Além disso, tocar The End poderia ser muito perigoso. Minha preferida da noite: Break on Through.

O domingo foi de recolhimento e alegria, em família.
Pelo que me consta, eu nasci na década de 70.
Mas hoje eu já posso dizer que vivi pelo menos duas horas do ano de 1967.

By Alberton