segunda-feira, 26 de março de 2012

Temperos de Roger Waters !!

Curiosidades da vida. Há pouco mais de 1 ano lutávamos para conseguir o show integral do The Wall na turnê (única) entre 1980-1981. E Pacino, o eterno “furungador de raridades”, foi achar uma gravação vinda de São Petersburgo, na Rússia. E com boa qualidade de som e imagem. Impressionante. Já ficamos todos extasiados naquela noite em que nos reunimos para ver. E acabamos fazendo 2 sessões para confirmar se a primeira vez não tido sido mentira.

E quando pensávamos que acabaria por aqui, não, ainda teria novidades. Compro uma revista Rolling Stone em Congonhas, São Paulo, e lá está o Sr. Roger Waters anunciando a turnê The Wall. Neste meio tempo, Luca Brasi já tinha sabido da notícia; creio que o Pacino também. Ficamos malucos. Depois de alguns goles, chegamos a combinar de ver o show em Londres, até porque jamais imaginamos que o Brasil entrasse na rota.

Mas depois da cervejada, pensamos melhor e imaginamos que, pelo menos, São Paulo ou Buenos Aires estariam (ou poderiam estar) na lista de cidades que receberiam o show. E combinamos de ir para alguma dessas, avaliando as condições de custo, logística, datas e outras obrigações decorrentes. Passada a euforia inicial, o assunto esfriou.

Até que, um belo dia, ficamos sabendo (não sei por quem) que Roger sairia do eixo Europa-USA e daria uma banda pelo mundo. Iria para Austrália, Nova Zelândia... e cruzaria o oceano para desembarcar em Santiago, Buenos Aires, PORTO ALEGRE, Rio de Janeiro e São Paulo. Demais para acreditar.
E a data original de POA era um sábado. Já estava no site do cara e tudo mais. Demais mesmo para acreditar. Que tal dar uma banda num sábado de noite para ver um show do Roger Waters ? E não era qualquer show; era o The Wall !!! Mas parecia que não era para rolar... os gringos aqui do lado começaram a esgotar os ingressos mais rápido do que o pessoal de vendas disponibiliza... e o resultado foi: Roger prorroga as datas no Brasil para fazer mais shows em Buenos Aires. E foram 9, todos lotados, no Monumental de Nuñez.

Até sair a nova data em POA, estávamos ansiosos, claro. Eu mais ainda pelo meu compromisso profissional de professor. Se a nova data caísse numa noite em que tenho aula, teria que perder o show. Imaginem o meu azar. Mas não foi preciso. Os deuses da música conspiraram a favor e o show foi remarcado para um domingo à noite. Estava tudo certo. Tudo confirmado.

Mas antes, tínhamos que comprar os ingressos. Ficamos com receio da compra, por causa do show do Paul; com ingressos se esgotando rápido, aquela coisa de sempre. Esperamos a data oficial da venda e combinamos que, a meia noite, estaríamos em frente ao computador para comprar os ingressos. Lá em casa. E assim fizemos, Luca Brasi e eu, tomando algumas Bud. Se soubéssemos que o Roger gostava de Beck´s, poderíamos ter bebido essa.

Fizemos esta loucura e deu tudo certo. Antes da 1h já tínhamos comprado ingressos para todo mundo. Depois fomos ver que esta loucura não foi tão necessária, afinal os ingressos não se esgotaram rapidamente. Poderíamos ter comprado direto na Multisom, sem as absurdas taxas de conveniência e o sedex mais caro do mundo. Mas tudo bem: imagina se os ingressos se esgotam e ficamos de fora ?? Nunca iríamos nos perdoar. Agora sim, estava tudo pronto e tudo certo. Ingressos na mão (que demoraram a chegar...) e a certeza de que o show seria espetacular, mesmo antes de vê-lo.
Durante o intervalo de tempo entre INGRESSOS COMPRADOS e o DIA DO SHOW, falamos algumas vezes sobre o Roger, sobre o The Wall e escutamos o disco. Mas não muito, para não saturar. Particularmente, algumas músicas são só para fãs mesmo; não dá para deixar o disco tocando no meio da sala, com toda a família reunida comendo churrasco, como se nada estivesse acontecendo. Ou seja, aos ouvidos de quem não curte Pink, algumas músicas são chatas mesmo. Eu reconheço.

Alguns dias antes, o pessoal da nossa Produção se puxou. Luca Brasi coordenou com eficácia e eficiência o processo de confecção de nossa camiseta alusiva ao primeiro ano da confraria, e que usaríamos no show. Sonny coordenou a logística do transporte; afinal ir de Van seria (e foi) mais barato e, principalmente, seguro; já que pelo menos algumas bebericadas, todos iriam dar. Pacino e eu ficamos na organização do gelo e das Bud que, sem combinar, levamos da mesma marca.
Fomos em 15 na Van. Além do quarteto fantástico, estavam mais 11 amigos. 3 pontos de recolhida (Esteio, Canoas e POA). E outros amigos que encontramos direto no estádio. Chegamos 3h antes do show... e as filas eram insuportáveis. Mas tudo bem, vamos curtir. Levamos 2h na fila para entrar no estádio; muvuca; gente furando fila; poucos mal-educados; aquelas coisas. Que fazem parte de um mega show como esse.

Filas e filas...
Ao entrar no estádio, Desi e eu nos perdemos do grupo. Talvez pelo impacto de enxergar aquele muro de mais de 130 metros de largura. Fomos parar do outro lado do estádio, quase; só nós. A gente fica meio cego quando chega no estádio. Mas depois de uma meia hora tentando fazer funcionar o celular dentro do estádio (como será na Copa ???), consegui falar com Sonny. Este me disse que o grupo estava todo reunido. E tinha dois lugares para nós. Fomos em direção ao grupo, rompendo barreiras humanas quase que instransponíveis e chegamos num ponto estratégico perfeito. Ficamos muito bem posicionados. Disso não dá para reclamar.

Entrada impactante...

O muro do outro lado do estádio, 1h antes do show...

Intervalo: muro construído !
 A minha impressão sobre o nosso grupo e sobre todas as pessoas presentes no estádio, era que todos estavam embasbacados. Não tem outra palavra para definir. E foi assim durante o show e depois do show. É uma experiência única, que eu nunca tinha visto na minha vida. E não sei se verei de novo. É de impressionar. O que menos importa no show é a banda (no sentido visual), até porque o palco é gigantesco. Descomunal. É muito grande, mesmo. E durante o show, a gente só consegue olhar para o muro e para as projeções perfeitas. A banda é secundária (alguém viu o baterista ?).

Confrades numa posição estratégica...

O muro bem de perto....

O que mais me chama a atenção é a sincronia entre música e imagens. Não sei como conseguem isso, afinal tem uma banda tocando ao vivo !! E músicas complexas; solos de guitarra com muito “timbre”. E como música não é algo absolutamente mecânico e sem erros, fico me perguntando como conseguem esta mega produção e esta sincronia. Muito suor, certamente. E alguns bons crânios colocando a cuca para funcionar. Aliás, o som estava perfeito, correto; escutavam-se todos os instrumentos de forma limpa. Caixas espalhadas pelo estádio inteiro que, se atrapalhavam a visão de alguns pontos, favoreciam com o que som estivesse limpo e perfeito; pelo menos de onde estávamos.

Muro destruído e final do show...
E não há mais nada para dizer. O muro caiu e com ele todos os conceitos de um show de Rock. Qualquer show, a partir de agora, será pequeno perto desse, no sentido da estrutura de palco e visual. Aliás, seria até injusto comparar qualquer coisa. Há mais de 30 anos, o Sr. Roger estava sendo visionário quando criou este negócio. Trata-se de uma ópera a céu aberto, que vimos com cerca de 50 mil pessoas (ou mais) ao lado. Numa noite estrelada, que parecia não querer ficar de fora desta festa.

Saludos.

By Alberton

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