Entre
algumas diferenças gastronômicas que nos diferenciam de outros povos, sem
dúvida, é o centro em que a carne (de gado, de porco, de ovelha, de qualquer coisa, etc.) toma nos
pratos que servimos e comemos aqui no Rio Grande do Sul. Isto não nos torna
melhor ou pior gastronomicamente, é apenas uma característica, como existe com
qualquer povo. Com o avanço das possibilidades de restaurantes, é normal que
variações sobre o mesmo tema aconteçam.
Hoje temos
opções de churrasco para todos os gostos e para quase todos os bolsos. Sim, carne
ainda é algo caro, embora bem mais barato do que para outros povos. Primeiro,
há os churrascos-rodízios-tradicionais, aqueles em que se come quase todas as
partes do boi, a começar pelo clássico cupim até chegar na picanha, onde
garçons pouco suados e apressados tentam empurrar pedaços largos e grandes de
carne, e com isso desovar o estoque. E sovar o cliente.
Algumas
variações foram agressivas. Mas há quem goste, vide os locais quase sempre lotados. Surgiram, então, os churrascos-rodízios-tem-de-tudo, onde você come, realmente, de tudo, e de
repente, até um pedaço de carne, se sobrar espaço. São as churrascarias que servem sushis,
sashimis, grande ilhas de frutos do mar, feijão, 18 tipos de massas, polenta,
pastel, tábua de frios e, acreditem, mais de 20 tipos de cortes de carne. Haja
estômago para tudo isso e equilíbrio mental para aguentar.
Em menor
número, alguns outros estabelecimentos tem até bandas gaudérias tocando ao
vivo. E aqui, eu faço uma confissão: poucas coisas na vida são melhores do que
comer calmamente um bom churrasco, tomando um bom vinho ou cerveja bem gelada, com família e
amigos, escutando uma banda tocando música gaudéria ao vivo. Quem ainda não fez
isso, está perdendo um passeio social incrível, que é quase um leve experiência
etnográfica de curta duração, ou seja, 3 horas.
Alguns outros
gaúchos amam os portenhos. Tem gente que ama a Argentina, francamente. Cada um com seus gostos. E com isso a parrilla
ganhou força no estado. Ou pelo menos um churrasco sem espeto; embora eu ache que este amor veio do Uruguay... E este amor
parece ter originado o surgimento de cortes premium,
em churrascarias que optaram por elevar a qualidade dos cortes e, por
consequência, do preço. Ou o contrário, dependendo do ponto de vista em que se
está posicionado. Com eles vieram o entrecot, ojo de
bife, premium ribs e outras nomenclaturas, que lá em Guaporé chamamos de paleta
desossada e chuleta atravessada sem osso, mesmo.
Na raiz de
tudo, no entanto, estão as churrascarias-roots.
Aquelas que servem apenas meia dúzia de cortes, quase todos de perto da
costela, com aquelas artimanhas espetaculares em que alcatra vira entrecot e maminha vira picanha.
Sensacional. Garçons-açougueiros mais apressados ainda, aglomerando-se na mesa
para servir 3 espetos ao mesmo tempo, travestidos de camisas brancas com
gordura e esbanjando uma simpatia sensacional, que varia de humor conforme a
cara do cliente. E sempre tem algum cliente para pedir abacaxi e correr o risco
de levar uma sapatada. Ou um pingo de sangue mesmo.
Nestes
lugares, é onde ocorre o famoso espeto de caminhoneiro. Ou seja, é bom. Meu avô
sempre me dizia na estrada, nas viagens em que fizemos juntos: "iremos parar
para comer onde estiver cheio de caminhão". Era sábio, o meu avô. São lugares onde
o garçom não te deixa beber sem comer nada: traz de forma espontânea corações
de galinha mal passados, para aperitivo. São lugares onde não tem Original nem
Baden Baden. É Bavaria, Brahma (ou Bramis) e Antarctica. São lugares onde não
tem classe social. Não tem cargo. Não tem poder. São lugares que servem morcela
e pastel de bacon no Buffet. São
lugares onde se come sem precisar mostrar nada para ninguém. São lugares para
sentir o que, de fato, pode ser mais parecido com que é o Brasil. São lugares onde você encontra pessoas de chapéu de cowboy. E aquelas famosas placas que, se sobrar comida no prato, tem que pagar dobrado. E outras do tipo que devemos evitar o desperdício (ou disperdício - sem ofender o português). Consciência social em lugares menos prováveis - ou não.
Cortem a cena dos últimos 2 parágrafos deste texto. Este foi o cenário do encontro de junho, da nossa confraria. No dia 27.06.2014. Local: Churrascaria Tigrão, ao lado de um posto de gasolina e de um motel. Chuva, muita chuva que fazia a umidade escorrer por qualquer canto. A pérola do mês veio de Portugal: Blind Zero. Nosso Don definiu muito bem: “Olhos fechados, escutamos The Killers. Olhos abertos, escutamos Blind Zero”. Foi nosso primeiro encontro em Sapucaia do Sul. Nestes anos de TRock´s, já cobrimos quase toda a Região Metropolitana. Falta apenas Alvorada, Gravataí e Novo Hamburgo.
A tour III
começou e embalou.
Bessos.
By Tom
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