sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Temperos Chilenos-Tailandeses

Terceira vez em Santiago; terceira vez no Ky... um restaurante que, de fato, funciona só por indicação... não tem fachada, não tem placa, não tem (quase) nada indicando o caminho... numa rua (relativamente) escura; da luminada-escura Santiago del Chile.

Saca a entrada (portão)... deve ter gente que dá meia volta e vai embora. Nem o taxista sabia onde era (e eu orientando o cara, como se eu fosse o Chileno...)... acho que a Desi pensou em desistir, mas manteve firme e entramos... é tocar o interruptor; esperar uns segundos (que parecem minutos) e entrar...



Mas vamos aos fatos...

A comida não é o melhor do Ky. O ambiente vale o preço, que não é muito generoso, mas nada de exagerado. Gasta-se muito menos do que qualquer meia-boca de Porto Alegre. E tomando um vinho (quase) Premium, sem pagar uma enormidade por uma garrafa... algo que em POA é quase impossível...

Os dois anos anteriores tinham sido bons e ruins. Bons por conhecer o lugar, comer, beber e quase se divertir. A primeira vez em 2009 a ainda teve o plus da emoção de "será que entrei no lugar certo??". A Desi teve esta emoção este ano. Mas os 2 anos anteriores foram ruins por estar sozinho... e daí é aquela história, os primeiros 20 minutos são bacanas... tu dá uma volta no bar, conhece... mas o resto de tempo tu já enche o saco, bebe toda a garrafa de vinho, quer puxar papo com garçom, com o dono, com o chef; enfim... me viro bem sozinho, mas é "impossível ser feliz sozinho"... ainda mais jantando.

Este ano foi melhor, muito melhor... com a Desi pude desfrutar uma das melhores jantas de minha vida. Ao lado de quem amamos pouca coisa já serve para ficar perfeito (ou até o nada); mas imagine num local fantástico... tudo antigo, velho e novo, nenhuma mesa igual a outra, vários ambientes, quartos, outros quartos, salas, cozinhas, banheiros... come-se onde der e com relativa elegância. Bom atendimento. A decoração e o ambiente é que mais vale neste restaurante, fazendo ser uma experiência diferente... mas ainda tem a sobremesa, ah, a sobremesa... mas isso fica para algumas linhas abaixo...

Sentamos numa mesa bacana, no mezanino de dentro da casa, com boa vista para a sala (!). Local reservado previamente, by fone. Se for num final de semana, é melhor reservar... embora o restaurante seja grande, parece pequeno... mas nada de tumulto... a música é um pouco alta, mas na medida... Te permite conversar e não escutar a conversa das outras mesmas.

Este ano eu gostei que, mesmo sem querer, sentei em 3 partes diferentes do restaurante em cada vez que fui. Pareceu 3 restaurantes diferentes.

O vinho, Casa Lapostolle Cabernet Sauvignon estava delicioso, forte, tânico e foi melhorando com o tempo... que passou devagar e depressa, no restaurante. Acompanhou bem nossos pratos encorpoados e apimentados...


Eu fui num prato mais típico (forte) e a Desi arriscou no Tubarão (ou Tiburone...)... o prato da Desi estava um pouco melhor que o meu, mas ambos gostosos.



Mas o melhor deste restaurante, além da decoração, é a sobremesa. Certamente ainda vou comer, mas até hoje, nunca comi nenhuma sobremesa melhor do que essa em nenhum restaurante onde fui. Chama-se Maicon Yackson (sim, com Y)... e vou deixar as fotos falarem por si. Dá vontade de comer mais de um, mas, enfim, fomos num só para cada, para não ficar indelicado... aprecie devagar, ou não...




Por fim, terminamos nossa janta com um belo café Colombiano, com cubos de açucar de enfeite (já que cortamos o açucar faz um tempo...)... e depois voltamos ao hotel, afinal, no outro dia, o professor aqui tinha compromissos acadêmicos... e a Desi pode dormir um poquito más... e depois conhecer um pouco mais de Santiago.



A conta total saiu por R$ 160,00... por 2 pratos principais, um baita vinho, 2 sobremesas, água e café Colombiano... enfim, em POA isso deveria custar bem mais... ainda mais com a ganância dos donos de quase (todos) os restaurantes brasileiros, que cobram uma fortuna por um vinho, seja ele bom ou mediano.

Um dia mudamos essa cultura. Minha forma de contribuir com isso é (tentar) não consumir mais. Deixo para tomar em casa.

Saludos.

By Alberton

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